Segundo análise da revista The Economist desta semana, a presidente Dilma Rousseff para efeitos práticos não está mais no poder. Classifica-a como o fantasma do Planalto.
O PMDB comanda a área política, pois detém a presidência do Senado e da Câmara dos Deputados, ao passo que a economia está por conta do ministro Joaquim Levy, um ex-executivo do Bradesco, um dos principais bancos privados do país.
Para a publicação britânica, a crise da Petrobrás por um lado e as manifestações de rua por outro forçaram uma violenta queda de prestígio e de reconhecimento nacional da presidente. Pesquisa da Datafolha de 11 de abril corrente, indica que 63% dos respondentes já são favoráveis ao impeachment e a própria oposição ganha força, procurando pareceres na área jurídica para saber se pode entrar com um processo para apeá-la do poder devido a participações no escândalo de corrupção da Petrobrás ou por violação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
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Presidente Dilma Rousseff preocupada em manter-se no poder[/caption]
A situação atual é um grande revés para o PT, diz a revista, acrescentando que nesta hemorragia do poder presidencial ainda restam quatro anos para Dilma governar, mas por seu passado guerrilheiro que incluiu a superação da tortura, dificilmente renunciará ao próprio mandato, embora a economia deva piorar mais antes de se recuperar. Achando que o impeachment neste momento não se justifica, sugere que os movimentos de jovens nas ruas de ora em diante gastem energia e tempo promovendo a reforma política, pressionando a Justiça para punir os responsáveis no caso do petrolão e reinventando a moribunda oposição. A The Economist ainda pergunta se Dilma Rousseff, atualmente quase sem amigos, com um longo e desanimador trabalho pela frente, terá a coragem necessária para tentar recuperar o poder que perdeu.