A administração Trump sofreu nova e profunda derrota internacional, desta feita no plenário principal da ONU.
Nesta 5a. feira 21 de dezembro de 2017, o mundo votou a resolução sobre o reconhecimento de toda Jerusalém como capital de Israel.
O problema tem origem na decisão unilateral do atual governo norte-americano, no último dia 6.
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Embaixadora americana no plenário da ONU (Genebra 20/12/2017) Haley vetando a resolução proposta pelo Egito sobre Jerusalém.[/caption]
Para um total de 172 países que disseram presente, 128 (74,4%) condenaram a atitude dos EUA. Apenas 9 (5,2%) votaram ao lado dos americanos ou contra a Resolução, mas destes o que conta são só os dois latinos - Guatemala e Honduras - e Togo, pois os demais se resumiram a três micro países da Oceania, afora naturalmente os próprios Estados Unidos e o diretamente beneficiado Israel.
**O embaixador brasileiro perante a ONU, Mauro Vieira (vem do governo Dilma, mas foi indicado ao posto pelo então Ministro de Relações Exeriores José Serra)manteve a posição tradicional do país perante o caso palestino e votou a favor da proposta. **
Importa, em tal cenário, os 35 (20,3%) que se abstiveram. A América Latina (AL) comportou-se em boa parte como o quintal dos EUA como sempre, certamente com receio de retaliações nas áreas econômica e política. No conjunto houve empate no nosso continente: 13 contra (incluindo as abstenções) e 13 a favor (Barbados, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba, Dominica, Equador, Granada, Uruguai e Venezuela).
De imediato a representante norte-americana na ONU ecoou as declarações de Trump, dizendo que seu país nunca esquecerá essa votação, ameaçando a todos os países que votaram a favor da Resolução e a própria ONU, com cortes de verbas de apoio, afora outras medidas de retaliação.
É verdade que nenhum efeito prático virá da votação plenária de Genebra, - que declarou a decisão dos EUA como NULL and VOID (nula e inválida) - mas a resposta formal foi dada, isolando cada vez mais a Trump e sua equipe de milionários. A ONU não poderia agir de outra maneira, visto que a decisão de reconhecimento de Jerusalém contraria frontalmente resoluções do organismo internacional sobre o tema. Os EUA, vetaram a medida no Conselho de Segurança.
Abaixo, veja a lista completa dos países segundo suas opções no momento do voto. Sempre em ordem alfabética e com os nomes das nações em inglês.
Países que votaram a favor da Resolução da ONU, condenando os Estados Unidos
Afghanistan, Albania, Algeria, Andorra, Angola, Armenia, Ausria, Azerbaijan
Bahrain, Bangladesh, Barbados, Belarus, Belgium, Belize, Bolivia, Botswana, Brazil, Brunei, Bulgaria, Burkina Faso, Burundi
Cabo Verde, Cambodia, Chad, Chile, China, Comoros, Congo, Costa Rica, Cote d'Ivoire, Cuba, Cyprus, Democratic People's Republic of Korea (North Korea), Denmark, Djibouti, Dominica
Ecuador, Egypt, Eritrea, Estonia, Ethiopia
Finland, France
Gabon, Gambia, Germany, Ghana, Greece, Grenada, Guinea, Guyana
Iceland, India, Indonesia, Iran, Iraq, Ireland, Italy
Japan, Jordan
Kazakhstan, Kuwait, Kyrgyzstan
Laos, Lebanon, Liberia, Libya, Liechtenstein, Lithuania, Luxembourg
Madagascar, Malaysia, Maldives, Mali, Malta, Mauritania, Mauritius, Monaco, Montenegro, Morocco, Mozambique
Namibia, Nepal, Netherlands, New Zealand, Nicaragua, Niger, Nigeria, Norway
Oman
Pakistan, Papua New Guinea, Peru, Portugal
Qatar
Republic of Korea (South Korea), Russia
Saint Vincent and the Grenadines, Saudi Arabia, Senegal, Serbia, Seychelles, Singapore, Slovakia, Slovenia, Somalia, South Africa, Spain, Sri Lanka, Sudan, Suriname, Sweden, Switzerland, Syria
Tajikistan, Thailand, The Former Yugoslav Republic of Macedonia, Tunisia, Turkey
United Arab Emirates, United Kingdom, United Republic of Tanzania, Uruguay, Uzbekistan
Venezuela, Vietnam
Yemen
Zimbabwe
Países que votaram contra a Resolução
Guatemala
Honduras
Israel
Marshall Islands, Micronesia
Nauru
Palau
Togo
United States
Países que se abstiveram
Antigua-Barbuda, Argentina, Australia
Bahamas, Benin, Bhutan, Bosnia-Herzegovina
Cameroon, Canada, Colombia, Croatia, Czech Republic
Dominican Republic
Equatorial Guinea
Fiji
Haiti, Hungary
Jamaica
Kiribati
Latvia, Lesotho
Malawi, Mexico
Panama, Paraguay, Philippines, Poland
Romania, Rwanda
Solomon Islands, South Sudan
Trinidad-Tobago, Tuvalu
Uganda
Vanuatu