Estado Islâmico perde Mosul mas segue vivo

junho 29, 2017.

Com base em informações divulgadas pelas redes BBC, The Guardian, Al Jazeera (sob forte ataque dos sauditas) e sites como o South Front, o Estado Islâmico (EI) mantém domínio sobre áreas na Síria e no Iraque onde vivem cerca de 6 milhões de pessoas (eram 10 milhões há um ano e meio). Sob forte ofensiva da coalizão de forças que apoia o Exército iraquiano, os Peshmerga curdos e os Estados Unidos, o EI acaba de perder boa parte de Mosul, a 2a. maior cidade do Iraque, sendo escorraçado da região central da cidade onde estão as ruínas da mesquita Grand al-Nuri. Estima-se que no último ano o grupo terrorista tenha perdido cerca de 1/4 do território de 60.400 km2 que havia conseguido dominar. Na Síria, p.ex., perdeu Aleppo, mas reconquistou a histórica Palmira e permanece em Raqqa que acaba de ser inteiramente cercada pelas Forças Democráticas Sírias (apoiadas pelos EUA). Na realidade o EI segue sendo relevante e ativo tanto no Oriente Médio quanto através de ações terroristas cada vez mais frequentes em países europeus e asiáticos, sem que se vislumbre, ainda, um prazo para sua eventual derrota definitiva.

Al-Nuri foi construída nos anos de 1172 e 1173 DC. Durou 844 anos! Em maio último os militantes do EI a dinamitaram (o povo carinhosamente a denominava de A Corcunda), inconformados pela perda do  local onde, três anos atrás, seu líder Abu Back al-Baghdadi (nome verdadeiro Ibrahim Awwad Ibrahim) declarou criado o Califado sob seu comando. Foi a última aparição em público do "califa".

Desde 2008 as heroicas brigadas curdas Peshmerga não davam trégua ao EI na região, criando extensos corredores ao longo de 800 km por onde afinal passaram as tropas iraquianas. Alguns bairros da cidade ainda permanecem sob controle do EI que estaria forçando 1.500 famílias a virem para Mosul a fim de servirem como escudos humanos para sua resistência. Notícias não confirmadas dizem que num ataque aéreo russo desfechado em 16 de junho sobre um local na Síria onde estariam reunidos vários membros do primeiro escalão do EI, Al Baghdadi teria sido morto. Como notícias similares já correram o mundo diversas vezes recentemente, aguarda-se sua ratificação por fontes independentes.

Os últimos focos de resistência rebelde em Mosul (vide mapa abaixo, divulgado pela Al Jazeera) situam-se em um emaranhado de estreitas ruelas altamente povoadas, o que dificulta uma derradeira ofensiva por parte das forças iraquianas, pelos curdos, rebeldes ou um eventual bombardeio.

  mosul war map infographic who controls what isis isil

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