RU: Conservadores fracassam e trabalhistas avançam

junho 09, 2017.

A conservadora Theresa May, que queria ser igual a M. Thatcher, fez seu Partido perder a maioria absoluta e terá de contentar-se com um governo de coalisão que, se afundar, fará com que perca o mandato de Primeira-Ministra (PM). Na eleição geral de ontem, precocemente convocada por May com o objetivo de aumentar seu domínio e enfraquecer a oposição, o resultado final mostrou o Partido Conservador (PC) com 318 cadeiras ou 49% do total das 650 que constituem o parlamento britânico. Ou seja, uma perda de 13 postos. Já o Labour Party, dos trabalhistas, ganhou 31 posições, fechando o pleito com 261 cadeiras, ou 40% do total. May disse que não renunciará e já anunciou um acordo com Arlene Forster do DUP (União Democrática, conhecidos como "unionsistas") e até há pouco PM da Irlanda do Norte, que conquistou 10 cadeiras (aumento de 2). O trato é de que o país permanecerá no Reino Unido e não se juntará à União Europeia após as negociações finais do Brexit, como deseja o Sinn Fein, agremiação oposicionista norte-irlandesa.

"A PM parece um pai borracho que perdeu a chave da casa" colocou em manchete o jornal The Guardian refletindo o sentimento predominante entre os atônitos eleitores ingleses tão logo as previsões das agências de pesquisa, que previam uma vantagem cômoda de 12 pontos percentuais para os Tories, viram-se desmentidas pelas urnas. Para Jeremy Colbin, o líder trabalhista, "May se autodestruiu. Ela está queimada". A reviravolta terá efeitos imediatos e de médio prazo sobre a União Europeia. O Brexit está mantido, mas não com a mesma ênfase nem com a pressa imprjmida pelos Tories. Os mais radicalmente contrários são os membros do Partido Nacional Escocês e os liberais que ficaram com 12 cadeiras (3 a mais), advogando um novo plebiscito que assegure a permanência do RU na União Europeia.

Os trabalhadores da saúde ganharam força e seguirão lutando para que o velho e universal Sistema Nacional de Saúde escape do cerco a que vem sendo submetido pelos conservadores.

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