Irmão de Kim Jong-un assassinado (ATUALIZAÇÃO)

fevereiro 14, 2017.

Kim Jong-nam, meio-irmão do Líder Supremo Kim Jong-un, foi atacado no aeroporto de Kuala Lumpur por duas mulheres, agentes do regime da Coreia do Norte, morrendo antes de chegar a um hospital para onde policiais malaios tentaram levá-lo. As assassinas em seguida teriam tomado um táxi, fugindo.

Vivendo entre Hong Kong e o território chinês de Macau, Kim Jong-nam, de 45 anos, numa entrevista recente criticou o modelo dinástico vigente em seu país, declarando não ter interesse em assumir o governo. Era filho do Grande Lìder King Jong-il (mesmo pai de Kim Jong-un) com sua primeira esposa Sung Hae-rim, uma atriz morta em Moscou quinze anos atrás.

Ele costumava usar nomes falsos. Desta feita, na Malásia, em seu passaporte constava o nome Kim Chol. De acordo com o jornal britânico The Guardian, para livrar-se de seus desafetos internos o regime norte-coreano costuma utilizar metralhadoras e lança-chamas. O crime de hoje lembra 2011, quando um ativista anti-governo foi eliminado na Coreia do Sul em ataque também por agulha envenenada disfarçada em uma caneta. O jovem líder Kim Jong-un, 32 anos, que sofreria de obesidade crônica e diabetes, desafia frontalmente o Ocidente, jactando-se de possuir misseis balísticos inter-continentais com capacidade para explodir Los Angeles.

ATUALIZAÇÃO (em 18/2/17 e em 24/2)

Passados cinco dias, a polícia malaia prendeu 4 suspeitos pelo assassinato na última 2a. feira 13/2, de Kim Jong-nam: duas mulheres, uma com passaporte indonésio, a outra com passaporte vietnamita; um homem nascido na Malásia e, neste sábado, um homem de 47 anos, Ri Jong-chol, natural da Coréia do Norte. Quatro outros suspeitos, todos do sexo masculino, estão sendo procurados. Kim declarou, pouco antes de morrer, ao médico que fora atacado com um spray contendo substância letal. Tentando safar-se, as mulheres contaram que apenas participavam de uma brincadeira para um show de TV, mas essa história pode ser facilmente comprovada ou desmentida. O ataque foi filmado e mostra claramente uma mulher vestindo um casaco branco aproximando-se por trás  de Kim Jong-nam que caminhava distraído ao lado de uma lanchonete no movimentado saguão do aeroporto, imobilizando-o com o braço esquerdo e aplicando-lhe o veneno em um lenço sobre a boca e o nariz, afastando-se de imediato para um lado enquanto sua comparsa saia pelo lado oposto.

A suspeita inicial foi de que o envenenamento teria sido executado com o uso de Brometo de Neostigmine que, em mínimas dosagens, é um componente de medicamentos usados para combater casos de miastenia grave, mas que em doses maiores pode matar em menos de cinco minutos. É mais letal que cianeto. No entanto, o diagnóstico laboratorial de especialistas malaios assegura que se trata do agente nervoso VX ou S-2 Diisoprophylaminoethyl methylphosphonothiolate, catalogado como arma de destruição em massa pela ONU e proibido pela Convenção de Armas Químicas de 1993. Só Rússia e EUA admitem ter reservas do VX, mas o Iraque e outros países também o possuem embora sejam obrigados a destrui-lo e nunca usá-lo.Um décimo de um grama (0,01g) em contato com a pelo pode ser imediatamente absorvido e matar. O aeroporto de Kuala Lumpur onde ocorreu o ataque a Kim Jong-nam terá de passar por rígidos procedimentos de desinfecção para eliminar eventuais resíduos do VX.

O governo norte-coreano exige que o corpo lhe seja enviado de imediato, dizendo que não aceita qualquer resultado que advenha de autópsia feita unilateralmente pelas autoridades forenses da Malásia (seu embaixador em Kuala Lumpur disse ter ouvido de alguma autoridade local que o caso provavelmente se resumia a um ataque cardíaco). Estas, respondem dizendo que qualquer óbito que ocorra em território malaio tem que submeter-se às leis do país, o que inclui nascidos na Coréia do Norte.

Especula-se, ainda, que a China estaria furiosa com a execução de Kim, que vivia (com a segunda esposa) em Macau sob sua proteção e seria o provável candidato de Pequim  à sucessão norte-coreana numa hipotética substituição a Kim Jong-un. Corroborando tal interpretação, os chineses acabam de suspender as importações de carvão norte-coreano, em cumprimento de resolução da ONU como sanção pelo teste recente de mísseis balísticos e ao programa nuclear de Pyongyang. A produção norte-coreana de carvão representa cerca de 40% das exportações do país e é quase toda enviada à China que compra 2 milhões de toneladas por mês, mas não se deve esperar uma desestabilização do regime comunista de Kim Jong-un promovida por Pequim.

Kim Jong-nam, irmão de Kim Jong-un, ia acessar a área de embarque para Macau quando foi atacado por uma mulher que o envenenou no aeroporto de Kuala Lumpur em horário de intenso movimento..

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