Números e índices (IDH): o Brasil em 75º

dezembro 15, 2015.

A edição 2015 pela ONU/PNUD do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH - dados de 2014) coloca o Brasil no 75º posto entre 188 nações, mantendo uma posição intermediaria incompatível com o tamanho, a população e o potencial de desenvolvimento do país, mas sem dúvida justificável face à situação de descalabro geral que tem vigorado em especial na última década e que agora se agudiza. No quadro regional a situação se repete: entre 27 países o Brasil é o 13º.

Para uma média que varia de 0 a 1, a liderança mundial permanece nas mãos da Noruega com 0,944, enquanto a derradeira posição é do Níger com 0,337. O Brasil alcançou a nota 0,755 que supera a do ano anterior mas resulta no rebaixamento de uma posição. Os dez primeiros são, pela ordem: Noruega, Austrália, Suíça, Dinamarca, Holanda, Alemanha, Irlanda, Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia. Os dez últimos: Mali, Moçambique, Serra Leoa, Guiné, Burkina Faso, Burundi, Chade, Eritreia, República Centro Africana e Niger.

Nas Américas (excetuando os dois grandes), pela ordem estão Argentina (IDH 0,836 no 40º lugar), Chile (42º), Uruguai (52º). Bahamas (57º), Barbados (57º), Panamá (60º), Trinidad e Tobago (64º), Cuba (67º), Costa Rica (69º), Venezuela (IDH 0,762 em 71º), México (74º), Brasil (75º). Seguem-se, com índices mais baixos, Peru, Equador, Colômbia, Jamaica, Belize, Rep. Dominicana, Suriname, El Salvador, Bolívia, Guiana, Nicarágua, Guatemala, Honduras e Haiti. No grupo dos BRICS, somente a Rússia (IDH 0,798, em 50º) está colocada à frente do Brasil, vindo a seguir China (90º), Índia (116º) e África do Sul (118º).

A identificação do IDH de cada região ou país se dá com base em um amplo conjunto de 116 indicadores distribuídos em doze áreas de conhecimento: Saúde (11 indicadores) – Educação (12) – Renda (9) – Desigualdade (12) – Gênero (19) – Pobreza (8) - Trabalho e emprego (14) – Segurança humana (9) – Comércio e fluxos financeiros (5) - - Mobilidade e comunicação (5) – Sustentablidade ambiental (8) e Demografia (8 indicadores).

O Informe 2015 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) pode ser visto no endereço: https://hdr.undp.org/en/2014-report

Considerando-se os quatro componentes principais, pode-se dizer que o índice alcançado pelo Brasil só não foi melhor devido ao péssimo desempenho nacional na área da educação, onde para o quesito “Número médio de anos de escolarização” o resultado brasileiro de 7,7 anos foi o 107º entre todas as nações. Para a saúde – quesito “Esperança de vida ao nascer” = 74,5 anos – o Brasil foi o 77º, enquanto no item “PIB per capita” o valor de US$ 15.175,00 foi o 72º no cômputo geral.

[caption id="attachment_2562" align="alignright" width="275"] Oslo: capital da Noruega: melhor IDH do mundo Oslo: capital da Noruega: melhor IDH do mundo[/caption]

Alguns exemplos permitem que se tenha uma melhor noção dos campos de interesse analisados e que contribuem para a atribuição do índice final do IDH, sempre com a pontuação do Brasil anotada à direita:

Mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos) – 12,3

Gastos públicos em saúde (em % do PIB) – 9,7

Alfabetização de adultos (% 15 anos e +) – 91,3

Gastos públicos em educação (em % do PIB) – 5,8

Produto Nacional Bruto (PNB em US$ bi) – 2.916,3

Desigualdade (Coeficiente de GIni) – 52,7

Esperança de vida ao nascer (mulheres, anos) – 78,3

Esperança de vida ao nascer (homens – anos) – 70,7

% de cadeiras no Parlamento (mulheres) – 9,6

Jovens NN (não estão na escola nem trabalham, no grupo de 15 a 24 anos) – 19,6

Taxa de homicídios (por 100 mil pessoas) – 25,2

População encarcerada (por 100 mil pessoas) – 274

Taxa de suicídios femininos (por 100 mil) – 2,5

Taxa de suicídios mascujlinos (por 100 mil) – 9,4

Violência sofrida por mulheres (%) – 38,8

Celulares (por 100 pessoas) – 139

Usuários de internet (% da população) – 57,6

População com 65 anos e + (milhões) – 15,7

População de até 5 anos (milhões|) – 14,7

População urbana (%) – 85,4

População total (em milhões de pessoas) - 202

(VGP)

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