Tsipras renuncia para voltar mais forte

agosto 20, 2015.

O 1º Ministro grego Alexis Tsipras acaba de apresentar sua renúncia e de todo o gabinete que comanda ao president grego Prokopis Pavlopoulos, obedecendo as regras estabelecidas em um regime parlamentarista.

[caption id="attachment_2224" align="alignright" width="300"]Alexis Tsipras 1º Ministro da Grécia, renuncia Alexis Tsipras 1º Ministro da Grécia, renuncia[/caption]

Após cinco anos de permanente instabilidade e sete meses de governo do Syriza, o partido radical de esquerda que lembra o PSOL brasileiro, o povo, exausto com o vai e vem de seus políticos, terá de voltar às urnas possivelmente já no próximo dia 20 de setembro.

Tsipras explicou que não mais possui maioria no Parlamento que lhe permita exercer um governo de unidade nacional. As causas imediatas para a renúncia são duas: os companheiros do partido votaram contra o acordo econômico que possibilitou a permanência do país na zona do euro e abandonaram a administração de Tsipras; e agora o governo precisa implementar um acordo que é em tudo contrário ao que prometeu nas recentes eleições que o levaram ao poder.

O Syriza rachou e concretamente desestabilizou o Executivo. Analistas especulam que este é um movimento calculado para reconduzir Tsipras ao posto de 1º Ministro, dessa feita comandando uma diferente coalizão governamental.

Trata-se de uma aposta de alto risco, pois em política nada é garantido (recordemos Jânio Quadros que teria renunciado certo de sua recondução nos braços do povo, livrando-se de seus opositores) e o desprestígio da esquerda pode não ser maior do que a dos neoliberais gregos, mas não é uma garantia de consagradora vitória no dia 20. A fama de inconsistência interna persegue os partidos de esquerda não só em Atenas, mas o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker considera que o duro programa de ajuste emergirá das urnas mais sólido e com mais apoio popular.

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