Com o evoluir lento mas seguro da Operação Lava Jato e com a crescente comprovação de envolvimento em casos de corrupção de membros do governo e do Partido dos Trabalhadores, avoluma-se a possibilidade de abertura de um processo direto de impeachment (impedimento) da presidente Dilma Rousseff. A mais recente ameaça vem do depoimento, em delação premiada, do empreiteiro Ricardo Pessoa, presidente (licenciado) da construtora UTC, que afirmou ter irrigado ilegalmente campanhas e atividades dos seguintes políticos:
[caption id="attachment_2107" align="alignleft" width="300"] Rocardo Pessoa, dono da construtora UTC faz delação premiada na Lava Jato[/caption]
Dilma Rousseff - R$ 7,5 milhões para a Campanha de 2014 à presidência via Edinho Silva, o então Tesoureiro (da Campanha) e atual ministro da SECOM
Lula da Silva - R$ 2,4 milhões para a Campanha presidencial de 2006
Fernando Haddad - R$ 2,4 milhões para a Campanha à Prefeitura de São Paulo
José Dirceu - R$ 3,1 milhões para sua Consultoria de 2012 a 2014
José de Filippi - R$ 750 mil - para Campanha à Câmara dos Deputados (hoje é Sec. de Administração de Haddad)
Aloisio Mercadante - R$ 250 mil para Campanha de 2010 ao governo de São Paulo (hoje é ministro da Casa Civil do governo Dilma)
Renan Filho - R$ 1,0 milhão para Campanha ao governo de Alagoas
Edison Lobão - R$ 1,0 milhão já como ministro de Minas e Energia do 1º governo Dilma, "para não criar empecilhos na obra da Usina Nuclear Angra 3"
João Vaccari Neto - R$ 15 milhões em 2010
Fernando Collor de Mello - R$ 20 milhões para Campanha ao Senado
Sérgio Machado - R$ 1 milhão (ex-presidente da Transpetro)
Gim Argello - R$ 5 milhões - para Campanha a Senador pelo PTB-DF
Ciro Nogueira - R$ 2 milhões (PP-PI)
Aloysio Nunes - R$ 200 mil (PSDB-SP)
Benedito de Lira - R$ 1 milhão (PP-AL)
Júlio Delgado - R$ 150 mil (PSB-MG)
Dudu da Fonte - R$ 300 mil (PP-PE)
NOTA PUBLICADA PELO SITE UOL em 27/6/2015, esclarecendo o que ocorreria em hipótese de impeachment:
"BRASÍLIA (FOLHAPRESS) - Partidos de oposição pediram neste sábado (27 de junho) o afastamento da presidente Dilma Rousseff devido ao vazamento do conteúdo da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, que disse ter financiado a campanha da petista em 2014 para evitar perder negócios com a Petrobras. O Planalto e o PT negam ter recebido dinheiro de forma irregular. "Se ela (Dilma) não pedir o afastamento e as apurações, estará, com seu silêncio e inércia, dando veracidade ao conteúdo da delação", disse Rubens Bueno (PPS-PR). Já o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que as afirmações de Pessoa, dono da UTC, devem levar à abertura de um processo de impeachment contra Dilma. "Esse depoimento de Ricardo Pessoa é a prova que as campanhas de Dilma foram irrigadas com dinheiro roubado da Petrobras. Isso é motivo mais que suficiente para Dilma perder o mandato e para convocarmos novas eleições", afirmou. Se Dilma sofrer um impeachment, quem assume é o vice, Michel Temer (PMDB-SP). Novas eleições só ocorrem se ambos, Dilma e Temer, forem impedidos. Se isso acontecer nos dois primeiros anos de mandato, há um novo pleito direto. Nos dois últimos, uma eleição indireta no Congresso. Em ambos os casos, o país é comandado interinamente pelo presidente da Câmara."