Erdogan perde maioria para governar Turquia

junho 07, 2015.

Após comandar o país com maioria absoluta por 13 anos, afinal nestas eleições parlamentares o Partido do Desenvolvimento e Justiça (AKP) sofreu uma derrota parcial ao totalizar apenas 40% dos votos, o que lhe dará 258 cadeiras no Parlamento de 550 deputados, obrigando-o a formar alianças a fim de governar.  O Partido Popular Republicano (CHP), principal força opositora com 25% dos votos terá 132 cadeiras, enquanto o Partido Movimento Nacionalista (MHP) com 16,3% dos votos terá 81 cadeiras. O maior avanço eleitoral foi obtido pelo Partido Democracia Popular (HDP) - 13,1% dos votos e 79 cadeiras - que tem uma plataforma de esquerda voltada para a defesa dos interesses da minoria curda. 86% dos 54 milhões de votantes compareceu às urnas.

O AKP ao qual pertence o atual presidente Recip Tayyp Erdogan é acusado pelas demais agremiações políticas turcas de ter-se gradativamente tornado mais e mais autoritário e arrogante, mas o 1º ministro Ahmet Davutoglu afirmou que para longas marchas 13 anos é pouco, há bem mais por fazer e a marcha deve continuar. Agora o projeto de Erdogan de aprovar leis fortalecendo os poderes da presidência devem ser abandonados ou pelo menos terão grande dificuldade para sua aprovação. O recado das urnas é de que o Presidente deve se restringir ao papel genérico de um coordenador neutro num sistema parlamentarista no qual cabe ao 1º ministro governar. Também as duras posições anti-Israel de Erdogan poderão ser colocadas em discussão. Elas se tornaram mais radicais a partir da morte de nove turcos pró-Palestina em 2010 num ataque da marinha israelita em águas internacionais. Agora, na campanha Erdogan acusou a oposição de ser financiada por capital israelense.

[caption id="attachment_2036" align="alignleft" width="300"]Recep ERdogan, presidente da Turquia Recep Erdogan, presidente da Turquia[/caption]

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