A tragédia das dívidas gregas

fevereiro 17, 2015.

Desde a vitória eleitoral do Syzira, uma espécie de Psol heleno, com a posse do 1º Ministro Alexis Tsipras, a Grécia se debate numa luta cada vez mais intensa e confusa com a União Europeia em busca de alívio para suas dívidas e de uma diminuição na pressão sobre as combalidas finanças do seu povo.

As conversações com os demais ministros das finanças da região do Euro fracassaram, finando com um ultimato para que até a 6a. feira 20 de fevereiro de 2015 o país assine a prorrogação do atual acordo para seguir recebendo ajuda dos sócios da União Europeia. O clima é tenso. Greece bailout talks collapse in acrimony (Discussões instáveis gregas colapsam em acusações mútuas) escreve o Financial Times. Dublin diz que  "nenhum Estado europeu deve esperar tratamento especial". Outras manchetes na imprensa internacional: "Atenas precisa permanecer firme contra as falidas políticas da Eurozona" - "Atenas busca alívio para seus débitos" - "É preciso impor controles de capital na Grécia ou repetir erros de Chipre".

O fantasma da ilha de Chipre permanece assombrando aos negociadores. Lá, em 2012 só um aporte de última hora de 11 bilhões de euros como empréstimos de instituições financeiras do continente salvou os bancos de Chipre (e o próprio país) da falência. Agora, o Porta-Voz do governo heleno, Gavriil Sakelaridis, simplesmente declarou que "nem com uma pistola na cabeça firmaremos a Prorrogação". Enquanto isso, numa tentativa de acalmar o mercado, Tsipras anunciou que o catedrático conservador Prokopis Pavlópulos (algo como um José Alencar de lá) exercerá o cargo de Presidente da República de ora em diante. Para analistas econômicos atentos à crise nacional, ao Banco Central grego não deve ser permitido viver além de seus meios. Medidas para impedir a evasão de capitais são inevitáveis depois que em dezembro último 7,6 bilhões de euros, algo como 4% do PIB, saíram dos bancos gregos em busca de praças mais seguras, ameaçando-os de insolvência.

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