Vinho: uma taça ao dia – você lembra? – para a perda de memória

fevereiro 11, 2015.

É mais do que conhecido o poder do resveratrol, uma substância contida no vinho tinto, cascas e sementes de uva, amendoim, algumas berries (morango, framboesa, amora, p.ex.) e também disponível em forma de cápsulas, como fator preventivo para múltiplos problemas da saúde humana, mas principalmente para as doenças cardiovasculares e cânceres que são as maiores responsáveis pelas mortes hoje em dia.

[caption id="attachment_1705" align="alignright" width="261"] Resveratrol no vinho ou em cápsulas (images-4.jpg) Resveratrol no vinho ou em cápsulas (images-4.jpg)[/caption]

A razão está na ativa ação antioxidante que permite neutralizar os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento humano e pelo surgimento de doenças relacionadas à idade. O resveratrol é um polifenol  que é mantido durante a fermentação, ao contrário do suco de uva que não aproveita cascas e sementes em seu processo de produção. Em relação às doenças cardiovasculares, seu efeito mais conhecido é o de constituir-se em uma barreira à formação de placas de gordura nas artérias, ademais de promover uma maior agregação das plaquetas, ajudando assim a evitar a trombose.

Especialistas na área, como o Dr. Richard Baxter de Seattle, autor do livro Age Gets Better with Wine (A idade flui melhor com vinho), em geral reforçam a recomendação básica de que o vinho deve ser bebido regularmente, mas sem exagero. Uma taça ao dia para as mulheres e até duas taças ao dia de vinho tinto para os homens são as doses recomendadas para que se produzam os efeitos positivos desejados.

Estudo publicado online na revista Scientific Report de 28 de janeiro último, de autoria do Professor Ashok K. Shetty do Departamento de Medicina Celular e Molecular e Diretor de Neurociências da Faculdade de Medicina do Texas, afirma que o resveratrol pode ajudar a prevenir a perda da memória. Para o Dr. Shetty e sua equipe de pesquisadores, além dos conhecidos efeitos relacionados às doenças cardíacas e diabetes, o resveratrol tem efeitos positivos no hipocampus, uma área do cérebro que é crítica para funções como memoria, aprendizado e humor.

Uma vez que tanto os homens como os animais apresentam um declínio na capacidade cognitiva após a média idade, os achados podem ter implicações no tratamento da perda de memória em idosos, além de ser um eficiente apoio no tratamento de condições neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer.

Os resultados foram obtidos através da análise do comportamento de ratos de laboratório. O grupo de controle (não recebeu resveratrol) perdeu significativamente sua capacidade de novos aprendizados num período entre 22 e 25 meses; já o grupo tratado com resveratrol não só manteve essas condições como teve melhorada suas funções de memória. P Dr. Shetty disse que a neurogênese – ou seja, o crescimento e desenvolvimento de neurônios – aproximadamente dobrou nos ratos em teste comparado com aqueles de controle, além de melhorar o processo microvascular indicando melhora no fluxo sanguíneo, com níveis menores de inflamações crônicas no hipocampus. Agora o grupo de pesquisadores planeja dedicar-se a obter uma melhor compreensão sobre os efeitos de pequenas doses de resveratrol na dieta por períodos prolongados, como na sua ingestão por meio de uma taça ou duas de vinho diariamente.

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