Obama: a crise passou - Obama: Crisis is over

janeiro 22, 2015.

Em seu discurso sobre o Estado da União na noite de 20 de janeiro de 2014, o presidente Barack Obama apostou na liderança do Executivo, orgulhou-se pelo bom momento da economia norte-americana e propôs expandir os limites de um estado de bem-estar social com ênfase na classe média.

Frente a um Congresso com sólida maioria republicana, Obama não terá vida fácil nos seus dois anos restantes de mandato. Optou pelo enfrentamento e aposta no apoio da população a fim de forçar os republicanos a flexibilizarem suas posições mais conservadoras e reacionárias, ou a assumirem o bloqueio das medidas propostas a fim de levá-los a um desastre nas próximas eleições.

O clima de otimismo revelado em Washington contrasta fortemente com o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. O Brasil é hoje, ao lado da Venezuela e da Argentina, o único país latino-americano em notória crise num momento em que o mundo se recupera das dificuldades acumuladas desde 2008. O mesmo ocorre no bloco dos BRICS, onde faz companhia à Rússia em contraste com os ventos favoráveis que sopram sobre as economias de China, Índia e África do Sul.

Resume-se a seguir as doze principais medidas e propostas apresentadas por Obama.

1. Página virada – “A sombra da crise passou” e estamos virando a página após a feroz recessão que abalou os Estados Unidos desde 2008. A economia está crescendo e o país é menos dependente do petróleo esrangeiro do que tem sido nos últimos 30 anos;

2. Economia para as classes médias – O orçamento conterá redução de impostos para as famílias trabalhadoras e um aumento dos impostos para os mais ricos e para as entidades financeiras. “Aceitaremos uma economia na qual somente alguns de nós tem sucessos espetaculares?”;

3. Reforma laboral e medidas sociais – Um projeto de lei (PL) apresentado ao Congresso deverá, se aprovado, permitir a concessão de 7 dias de licença-maternidade e por doença (os Estados Unidos aão o último país ocidental a conceder tais benefícios), ademais de dar subsídio de 3 mil dólares anuais às famílias com filhos em idade pré-escolar;

4. Acesso à educação – Outro PL propõe reduzir a zero nos dois primeiros anos o custo das matrículas nos “Community College”, centros públicos de educação superior, beneficiando mais de 9 milhões de estudantes que obtenham bons resultados acadêmicos;

5. Reforma migratória – Obama reiterou o pedido ao Congresso uma reforma migratória que reitere a tradição de que os EUA são uma nação de leis e uma nação de imigrantes;

6. A maioria republicana e o poder de veto – O presidente deixou claro que usará o seu poder de veto diante de leis eventualmente aprovadas pela Câmara e pelo Senado que se oponham às suas propostas fundamentais;

7. Final do embargo a Cuba – É preciso levantar, este ano, o embargo comercial a Cuba. “Em Cuba estamos encerrando uma política que caducou há tempos. Quando algo que estamos fazendo durante 50 anos não funciona é tempo de provar algo novo."

8. Fechamento de Guantânamo – O presidente prometeu não desistir até cumprir sua promessa de fechar a prisão de Gauntânamo onde ainda permanecem 122 detidos;

9. Ofensiva contra o Estado Islâmico e o terrorismo – Uma resolução terá de ser aprovada permitindo o uso da força contra o grupo jihadista Estado Islâmico no Iraque e no Levante (ISIL ou EI), reservando-se os EUA a agir de forma unilateral, caso o considere necessário;

10. Antisemitismo – O presidente manifestou-se contrário a perseguições aos muçulmanos com base nos atos terroristas executados por extremistas e pediu rechaço “ao deplorável antissemitismo que ressurgiu em algumas partes do mundo”;

11, Não a sanções ao Iran – A proposição é de prosseguir em negociações diplomáticas com o objetivo de que o Iran deixe de lado seu plano nuclear, não impondo novas sanções que poderiam abrir caminho para a guerra;

12. Rússia em ruínas – O poder da força e da diplomacia é a melhor ferramenta para solucionar a crise da Ucrânia. “Defendemos o princípio de que as grandes nações não podem intimidar as pequenas.” A Rússia está isolada e sua economia em ruínas.

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