Fórum China – Celac em Pequim consolida relações multilaterais

janeiro 11, 2015.

Fórum China-Celac em Pequim, janeiro de 2015 (La República, Montevidéu - 8/1/2015)As declarações do presidente Xi Jinping  na abertura em Pequim do Fórum China-Celac de que seu país prevê duplicar o investimento na região da América Latina e do Caribe em 10 anos, chegando a 500 bilhões de dólares (era de US$ 29 bilhões em 2003), mereceram uma especial referência do chanceler costa-riquenho Manuel González (que dirigiu o encontro junto com o ministro das relações exteriores do país anfitrião, Wang Yi) enfatizando o pragmatismo chinês e sobretudo sua grande credibilidade internacional. “Lo que China ofrece, lo cumple”.

Essa 1ª. Conferência Ministerial do Fórum China – Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada dias 8 e 9 deste janeiro de 2015 na capital chinesa, terminou com a assinatura da Declaração de Pequim e do Plano de Cooperação 2015-2019 que dá prioridade às áreas de infraestrutura, energia, mineração, indústria, inovação científica, educação e políticas sociais. Nas palavras de Wang Yi, trata-se da “construção de uma comunidade de destinos compartilhados e um novo exemplo de cooperação sul-sul”.

A Celac foi criada em fevereiro de 2010 no México e congrega 33 países, sendo dezoito de fala espanhola (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, C.Rica, Cuba, Rep. Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela); doze anglófonos (Antigua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Santa Lucia, São Cristóvão e Nevis, Trinidad e Tobago, São Vicente e Granadinas); um de fala portuguesa (Brasil), um francófono (Haiti) e um de fala holandesa (Suriname). O Brasil tem 42% da área e 34% da população regional.

O chanceler uruguaio Luis Almagro propôs a seu país como sede do encontro que se realizará após o Fórum já previsto para o Chile em 2018. Em seu primeiro compromisso externo, participou das reuniões na capital chinesa e recém empossado chanceler brasileiro Mauro Vieira. Presente ao encontro a Secretária-Executiva da Cepal, Alicia Bárcenas, falou em uma “aproximação estratégica da região com a China a fim de promover a diversificação produtiva e exportadora, estimulando relações empresariais sino-latinoamericanas”.

Os coordenadores das reuniões, González e Wang, insistiram na tecla de que as decisões e os compromissos assumidos não vão contra ninguém, especialmente Estados Unidos e Canadá, os únicos estados americanos que não participam da Celac.

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