Putin aprofunda intervenção na Ucrânia

agosto 30, 2014.

Reagindo aos nítidos progressos alcançados pelo exército ucraniano no leste do país em sua luta para recuperar o controle sobre Donetsk e Luhansk, pelo menos 1.000 soldados e 100 tanques russos entraram no país vizinho, conseguindo dessa maneira mudar o rumo das batalhas em favor dos separatistas que desejam agregar a região à nação russa. Os rebeldes anunciaram a entrada na estratégica cidade de Novoazovsk, mais ao sul dessa mesma zona, provocando uma inusitada postagem congratulatória do presidente Vladimir Putin (que segue afirmando que não há guerra nem invasão por parte de suas tropas) em seu web site: "Vocês obtiveram um grande sucesso ao interceptarem as operações militares de Kiev". Ao mesmo tempo, reiterou acusações de que o exército da Ucrânia estaria agindo como os nazistas alemães na 2a. Guerra, ignorando o fato de que as ações acontecem dentro do território ucraniano. Caso não seja possível uma solução diplomática nos termos desejados pelo Kremlin, analistas especulam com a hipótese de que confrontos de menor intensidade prossigam por um longo tempo, seguindo o mesmo comportamento adotado por Putin em países como a Moldávia e a Geórgia que também tentaram uma demasiada aproximação com o Ocidente.

O Secretário-Geral da Organização do Atlântico Norte - OTAN, Anders Fogh Rasmussen (vídeo) declarou que "apesar das negativas de Moscou, está claro agora que tropas russas e equipamentos militares ilegalmente cruzaram a fronteira a leste e sudeste da Ucrânia. Esta não é uma ação isolada e sim parte de um perigoso padrão que por vários meses procura desestabilizá-la como uma nação soberana." Putin provoca uma nova escalada no conflito para impedir que Kiev se torne o mais novo membro da OTAN o que, no entanto, permanece sendo muito improvável. O governo do primeiro-ministro Arseny Yatseniuk reiteradamente tem dito que seu país quer aderir ao pacto de defesa da Europa Ocidental a fim de obter proteção diante do crescente envolvimento militar de Moscou nas suas províncias do leste, mas o seu colega holandês Mark Ruttle já disse que "unir-se à OTAN não contribuiria para uma solução". Um pedido anterior nesse mesmo sentido feito em 2008 pelo então governo pró-Ocidente de Kiev foi recusado e agora há escassas possibilidades de uma mudança de posição, considerando o que isso significaria: a assinatura de um acordo de mútua defesa e total proteção assumido inclusive pelos Estados Unidos. Seria a mais radical mudança, desde o início da década dos anos 1990, na arquitetura de segurança da Europa, chegando mais perto do que nunca de uma 3a. Guerra (com subsídios dos jornais The Guardian, The New York Times e Al Jazeera).

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