Os 1.000 robots de Harvard

agosto 18, 2014.

Um grupo do laboratório de Ciências da Computação da Faculdade de Engenharia e Ciências Aplicadas da Universidade de Harvard, sob o comando do professor Radhika Nagpal acaba de mostrar ao mundo um primeiro exército de 1.000 pequenos robots, ou Kilobots, capaz de realizar tarefas básicas em conjunto, no que está sendo considerado como um marco no desenvolvimento de inteligência artificial coletiva.

"Forme uma estrela-do-mar. Agora a letra K", ordena o pesquisador e os mecanismos, cada um apoiado em suas três perninhas, movimentam-se em delicadas ondas circulares evitando o choque com os vizinhos, até atender à perfeição o que lhes foi pedido. Da mesma forma que um trilhão de células podem reunir-se dentro de um organismo inteligente ou 1000 estorninhos podem formar um delicado murmúrio no céu, os Kilobots são uma demonstração de como a complexidade pode nascer a partir de comportamentos muito elementares realizados em massa. A beleza dos sistemas biológicos, diz Nagpal, é que eles são elegantemente simples de maneiora que, em grandes números, são capazes de executar ações aparentemente impossíveis. A uma certa distância você não mais vê os indivíduos, só a coletividade.  O  grupo responsável inspirou-se por sistemas onde indivíduos podem reunir-se para resolver problemas comuns cordenando seus esforços.

[caption id="attachment_926" align="alignright" width="300"]Inteligência artificial = Kilobots em ação (Harvard University) Inteligência artificial = Kilobots em ação (Harvard UnNiversity)[/caption]

Os robots, de poucos centímetros de altura cada um, não requerem microcondução nem intervenções externas a partir de um padrão inicial de instruções. Quatro robots marcam o compasso e dão a partida do sistema coordenado e então todos os demais recebem uma imagem em duas dimensões para imitá-los com base em con hecimentos muito primitivos. Seguindo o eixo estabelecido para o grupo êles são capazes de manter as posições e as distâncias entre si. Ainda resta desenvolver o sistema em maior escala, o que depende dos custos e do volume de trabalho exigido. Até aqui o estudo foi apoiado pelo Wyss Institute de Harvard e pela Fundação Nacional de Ciências. As possibilidades de aplicação prática são estimulantes e quase infinitas. Numa primeira visão, os enxames de robots poderiam atuar na limpeza de ambientes, darem resposta rápida a desastres ou se transformarem em milhares de carros circulando sem motorista pelas estradas.

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