Árabes divididos no Golfo

março 06, 2014.

Outrora uma sólida união formal e econômica, os países componentes do Golfo Pérsico de maneira surpreendente agora mostram ao mundo suas profundas divisões. Arábia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes Unidos retiraram seus embaixadores do Emirado do Qatar, acusando-o de interferência em seus negócios internos, após as fortes discussões que minaram a reunião de ministros de Relações Exteriores ontem em Doha.

[caption id="attachment_353" align="alignright" width="720"]A pérola do Golfo (hilton marcos.blogspot.com) Doha, a pérola do Golfo (hilton marcos.blogspot.com)[/caption]

O Qatar, tido como o país mais rico do Golfo e possivelmente do mundo, há tempos é um osso atravessado na garganta de seus vizinhos. O emir, Xeique Tamin bin Hamad al Thani, com posições políticas absolutamente particulares, tem feito uso de sua fortuna, p.ex., para estimular a Primavera Árabe, apoiar a Irmandade Muçulmana e seu deposto presidente egípcio Mohamed Morsi, além de financiar os rebeldes que tentam derrubar Bashar al-Assad na Síria.

Doha é a sede da poderosa rede de comunicações Al-Jazeera, odiada pelos demais países da região, e o local de residência do clérigo radical Yusuf al-Qaradawi. Preocupados com os efeitos potencialmente desestabilizadores das ações de Tamin, os três países mais o Kuwait, que também colocaram a Irmandade Muçulmana na ilegalidade, têm dado forte apoio financeiro aos militares que atualmente governam o Egito (noticiário: Al Jazeera, The Guardian)

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